U.T.I. = Uma Tristeza Intensa
UTI. Nunca havia passado por isso antes... nem pela UTI de tratamento intensivo ou pela UTI de tristeza intensa... mas como tudo nessa vida, aconteceu pela primeira vez. Meu avô de 81 anos, que tem Alzheimer, que era um artista, alegre, dono de lindos olhos azuis e carequinha reluzente, um sorriso sincero e uma boina de lã que não tirava da cabeça, está com uma roupa azul de hospital, sem boina e sem brilho no olhar... e isso me deixou profundamente abalada.
Desde que nasci a imagem do meu avô sempre foi a melhor, a mais colorida, a mais amiga e feliz que eu tenho recordações, a vida pulsava intensamente em tudo que fazia, e ele assobiava, sempre, sempre gentil! Agora eu o vejo num ambiente frio e sem cor, pulsando com dificuldade, o assobio não se ouve mais (apenas o pi-pi-pi dos aparelhos de medir o coração e tudo mais).
A fala não sai, mas tenho certeza que ele escuta, e reage às nossas declarações... ontem quando o vi pela primeira vez na cama, fraco, sem cor e quase sem vida eu desabei a chorar, mas antes não pude deixar de lembrá-lo que eu estava viva para fazer o que fosse possível para ele viver... e disse "Eu te amo vô! Todos nós te amamos e vai ficar tudo bem! Quando você ficar bom a gente vai comer aquela feijoada!" e ele sorriu, como se estivesse entendendo e aprovando a ideia.
Antes mesmo de ele estar doente deste jeito, ele já tinha Alzheimer, que tirou dele a razão, a memória, mas não as emoções, e tenho certeza que ele sempre soube o quanto é amado, o quanto queremos seu bem e o quanto sofremos enquanto ele não se reestabelece... Nunca deixamos de falar, pois ele sempre nos ouviu e guarda esse carinho consigo, mesmo que não possa demonstrar o que sente ou retribuir o que dizemos... na verdade, ele nos retribui com seu sorrisinho, com seu olhar animado, com suas maõzinhas que apertam as nossas e não querem mais soltar e como é gostoso sentir o calor e a força que ainda tem suas mãos...
Recebi no meu email essa frase:
"Talvez você esqueça amanhã as palavras gentis que disse hoje, mas a pessoa que recebeu lembrará por toda a vida. " (Dale Carnegie)
e a considerei muito oportuna, pois não perdi a chance de dizer ontem tudo que disse ao meu avô, mesmo sabendo que poderei ainda falar-lhe mais vezes e mais coisas, mas uma palavra de carinho, de amor nunca é demais...
E mesmo que eu me esqueça do que disse um dia, mesmo que ele tenha se esquecido por causa do Alzheimer, eu sei que no momento que o Gentil ouviu minha declaração de amor, ele sentiu o amor, pois ele sorriu gentilmente... e o amor ficou bem lá dentro dele, para sempre!
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikWSYCtgXkmbdX8lgkqk-rjoVabs-wujVj7IsluZGwJLaVw5PDug4xDBzW-jhEpGmUzIq2votYYfrpOQvihDjuT27qvhP9c7CzWWrzzioklPAw8k6dDKVgStH22utupAlwwLP6yYrd2V69/s320/v%C3%B4+gentil.JPG)
[meu vozinho, Gentil, coisa mais amada, linda e fofa do mundo... sua poltrona vazia na sala deixa não só a casa,
mas principalmente nossos corações com um vazio infinito...]
Desde que nasci a imagem do meu avô sempre foi a melhor, a mais colorida, a mais amiga e feliz que eu tenho recordações, a vida pulsava intensamente em tudo que fazia, e ele assobiava, sempre, sempre gentil! Agora eu o vejo num ambiente frio e sem cor, pulsando com dificuldade, o assobio não se ouve mais (apenas o pi-pi-pi dos aparelhos de medir o coração e tudo mais).
A fala não sai, mas tenho certeza que ele escuta, e reage às nossas declarações... ontem quando o vi pela primeira vez na cama, fraco, sem cor e quase sem vida eu desabei a chorar, mas antes não pude deixar de lembrá-lo que eu estava viva para fazer o que fosse possível para ele viver... e disse "Eu te amo vô! Todos nós te amamos e vai ficar tudo bem! Quando você ficar bom a gente vai comer aquela feijoada!" e ele sorriu, como se estivesse entendendo e aprovando a ideia.
Antes mesmo de ele estar doente deste jeito, ele já tinha Alzheimer, que tirou dele a razão, a memória, mas não as emoções, e tenho certeza que ele sempre soube o quanto é amado, o quanto queremos seu bem e o quanto sofremos enquanto ele não se reestabelece... Nunca deixamos de falar, pois ele sempre nos ouviu e guarda esse carinho consigo, mesmo que não possa demonstrar o que sente ou retribuir o que dizemos... na verdade, ele nos retribui com seu sorrisinho, com seu olhar animado, com suas maõzinhas que apertam as nossas e não querem mais soltar e como é gostoso sentir o calor e a força que ainda tem suas mãos...
Recebi no meu email essa frase:
"Talvez você esqueça amanhã as palavras gentis que disse hoje, mas a pessoa que recebeu lembrará por toda a vida. " (Dale Carnegie)
e a considerei muito oportuna, pois não perdi a chance de dizer ontem tudo que disse ao meu avô, mesmo sabendo que poderei ainda falar-lhe mais vezes e mais coisas, mas uma palavra de carinho, de amor nunca é demais...
E mesmo que eu me esqueça do que disse um dia, mesmo que ele tenha se esquecido por causa do Alzheimer, eu sei que no momento que o Gentil ouviu minha declaração de amor, ele sentiu o amor, pois ele sorriu gentilmente... e o amor ficou bem lá dentro dele, para sempre!
[meu vozinho, Gentil, coisa mais amada, linda e fofa do mundo... sua poltrona vazia na sala deixa não só a casa,
mas principalmente nossos corações com um vazio infinito...]
Muito legal Isa!!! ^^
ResponderExcluirqueria poder te fazer compania nessas horas dificeis!
ResponderExcluirdo seu gui
=*